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Thirteen reasons why? O que eu aprendi

13 reasons why

O que dizer após assistir à Thirteen reasons why? Depois que minha de filha de 14 anos viu a série e me deixou intrigada com o tema, resolvi assisti-la também. O assunto é difícil. Ninguém quer falar sobre suicídio. Apesar dos altos índices de morte por suicídio – no Brasil é a terceira causa de morte por fatores externos, perdendo apenas para homicídios e acidentes de trânsito -, pouco se discute sobre o problema, e a própria mídia não aborda esse tipo de notícia.

Na minha juventude, três colegas/conhecidos cometerem esse ato. Nunca me esqueci do velório de um deles, e todas as vezes que via alguém de sua família ficava pensando como conseguiam tocar a vida adiante…

A série Thirteen reasons why, infelizmente, retrata uma realidade. Bebidas, drogas, bullying, escola omissa querendo manter sua reputação a qualquer custo, pais ausentes e fechados em seu próprio mundo, jovens perdidos e querendo descobrir o mundo por si só.

A atitude extrema da personagem principal é condenável, sim, nada se justificaria. Além do mais, ela só procurou ajuda uma vez. Nunca se abriu com seus pais, nunca dividiu sua dor nem com quem era mais próximo. E o pior: elevou à potência máxima todas as suas dores. Com a idade, vamos percebendo que o que é um mega problema hoje, amanhã não é mais assim, mas aos 17 anos nossa cabeça pensa diferente. E ela só tinha 17.

Como mãe, coloco-me no lugar de seus pais arruinados: a dor insuportável, a busca dos porquês, a perda irreparável. E são pais que amavam, cuidavam e, até onde acreditavam, protegiam sua filha. Nenhum pai e nenhuma mãe merecem algo assim em qualquer situação.

Algumas lições, pelo menos, podemos tirar dessa série. A principal delas: olhe para o outro ao seu lado, fale com ele, tente entendê-lo, insista mesmo que de cara ele não quiser te ouvir, às vezes um não quer dizer um sim…

Coloque-se no lugar do outro, cada um tem suas razões. Agora, não seja omisso diante de criminosos. Existe aquele que erra e reconhece que errou, mas existe aquele que não acha que cometeu erro algum. É nesse que mora a maldade. É esse que apodrece a sociedade.

Campinas, 02/05/17

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