Durante 15 anos da minha vida de casada, sempre tive uma auxiliar por perto, todos os dias, me ajudando com a casa e as meninas, hoje com 18 e 11 anos. Desde que ela se aposentou, praticamente tudo que ela fazia caiu no meu colo. Então, minha rotina de trabalho, que já era puxada, virou quase um fardo… De ajuda só uma pessoa uma vez por semana para fazer a faxina.
Sempre admirei as supermulheres que fazem tudo, três turnos por dia. Mas não é fácil. Você não sabe se responde e-mail, ajuda a filha menor com a lição, coloca roupa na máquina ou cozinha o feijão. E para mim, que trabalho home office, isso parece um pouco mais simples. Mas têm dias que alguma coisa não funciona bem. Ou manda um whats app com a resposta certa para a pessoa errada, ou queima o arroz, ou a roupa espera duas horas na máquina para ir para o varal.
Sei que tem muita mulher por aí como eu. E o que acho engraçado é que a obrigação das tarefas é sempre nossa. Meu marido passa as roupas, sua única “tarefa” da semana. O restante só se pedir e, às vezes, até implorar.
Agora entendo por que temos a capacidade de realizar tantas tarefas ao mesmo tempo, enquanto eles só conseguem processar cada coisa de uma vez. Mas, para ser sincera, se tiver uma segunda chance de vir a esse mundo, penso que a melhor opção será dessa vez ser o homem da casa. E espero que o meu marido seja a mulher!
Campinas, 29/10/2020