Não dá para competir com o time de coração de seu marido, namorado, companheiro, seja lá o que for. Essa paixão, com certeza, chegou bem antes de você, e ele pode trocar de mulher, mas de time ninguém troca. Se não dá para competir, o melhor é se juntar a ele e começar a vestir a mesma camisa. Isso, claro, para quem nunca foi fanática por nenhuma equipe.
Meu marido é daqueles que, se seu time ganha, volta para casa feliz, bem humorado, amoroso, facinho. Quando nos conhecemos, vi de cara que a paixão pela Ponte Preta vinha de berço. Seu avô materno chegou a jogar na Ponte, o pai pontepretano desde sempre e ele, lógico, não teve escolha. Nem sabia andar e falar e já ia ao estádio.
É no campo, aliás, onde ele melhor expõe seus sentimentos. Vai do riso ao choro em questão de segundos. Desfila uma série de palavrões a juiz e bandeirinhas, na maioria das vezes por decisões muito suspeitas, que me pergunto onde ele esconde esses adjetivos no lado esquerdo de seu cérebro que só ouço isso no campo de futebol? E quando o time marca um gol e ganha uma partida é uma alegria incalculável.
A cada rodada de campeonato, a cada temporada, o otimismo é o mesmo. A fé que tem em seu time é incrível. Isso é para qualquer torcedor. Parece que aqueles 11 carinhas correndo atrás de uma bola vão mudar suas vidas. Quando dão o sangue e vencem são verdadeiros heróis. Quando perdem, principalmente se tiverem feito corpo mole, são xingados, vaiados, humilhados e os causadores da tristeza geral de uma torcida. No jogo seguinte, os sentimentos já são outros se o time ganhar.
Então, como não existe nenhuma lógica nessas paixões, é melhor a gente curtir os bons momentos juntos, apoiar nas derrotas e nunca torcer contra, porque aí viramos adversários!
Campinas, 17/04/20